quarta-feira, maio 11, 2005
MEMÓRIAS
Tenho desta pedra a memória preenchida.
Meu coração sente o conforto do fulgor
silencioso que da pedra inteira
universal ressoa.
Vivo no granito gotejante
a clarividência deste inverno
enquanto piso os cubos de todas as praças
onde se ergue pedra a pedra a catedral dos mitos.
II
Deste pedestal emerge o humano átomo
rebelde e anunciador de vidas
acrisoladas em células mordidas
pela volúpia de corpos bailarinos.
No interior quieto do suporte a vida
permanece tranquila e doce
sem necessidade dos mimados ritmos
de quem procura o sossego original
calmo e polido deste pedestal.
III
Foi gigante a dominar os ares,
majestade nos confins da serra,
seixo junto ao rio,
entretém da minha infância.
Suportou ventos, o furor dos mares,
galgou ladeiras quando foi cascalho.
Esta roliça e polida pérola
meia escondida no areal
é o mundo todo condensado em grão,
luminoso astro em manhã de orvalho.
André Moa
Meu coração sente o conforto do fulgor
silencioso que da pedra inteira
universal ressoa.
Vivo no granito gotejante
a clarividência deste inverno
enquanto piso os cubos de todas as praças
onde se ergue pedra a pedra a catedral dos mitos.
II
Deste pedestal emerge o humano átomo
rebelde e anunciador de vidas
acrisoladas em células mordidas
pela volúpia de corpos bailarinos.
No interior quieto do suporte a vida
permanece tranquila e doce
sem necessidade dos mimados ritmos
de quem procura o sossego original
calmo e polido deste pedestal.
III
Foi gigante a dominar os ares,
majestade nos confins da serra,
seixo junto ao rio,
entretém da minha infância.
Suportou ventos, o furor dos mares,
galgou ladeiras quando foi cascalho.
Esta roliça e polida pérola
meia escondida no areal
é o mundo todo condensado em grão,
luminoso astro em manhã de orvalho.
André Moa