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OLHAR DE XISTO

Um olhar terno mas atento e preocupado de um filho de Tabuaço sobre a vida nesta terra e de todos os que aqui vivem, de todos os presentes e os ausentes que, mesmo à distância, a amam.

sexta-feira, setembro 26, 2008

Memória de Flôr

(Pintura de Dad)

MEMÓRIA DE FLOR



Contemplo e respiro uma flor;
Vem-me à memória o perfume do amor.
E logo se avoluma a tentação de aprofundar
Os meandros da flor
E do amor.

Uma flor é uma flor.
Pedúnculo, cálice e corola
Sépalas e pétalas
Androceu e gineceu.

E o amor?
O amor é o amor.
E mais não sei dizer.
Sei que viver sem amor não é viver.
Faz lembrar o estertor da morte antes do tempo aprazado.

Se muito amei muito mais teria amado
Se a vida me tivesse consentido
Manifestar todo o amor sentido.

Segurei o pedúnculo do amor e fiz dele uma bandeira,
Um arauto para a vida inteira.

Das sépalas do amor fiz o meu cálice de amargura e de prazer
Das pétalas coloridas alimento,
Meu sustento,
Meu modo de sentir e de viver.

Androceu
De estames assanhados
Vou emitindo ao gineceu
Os meus recados
Para não sucumbir neste vale de lágrimas reprimido
Neste mar encalhado
À espera do melhor:
Do amor ainda não vivido.

Será o amor este perene desejo
Que transforma uma carícia
Um beijo
A mais leve blandícia
Em fonte de doçura e comunhão?

Talvez sim… talvez não…

Será o amor
Este movimento
Ora lento
Ora apressado
Este bater compassado
Do berço à sepultura
Entre o ódio e a ternura
Deste nosso humano coração?

Talvez sim… talvez não…



André Moa

segunda-feira, setembro 01, 2008

Melodia do Infinito

MELODIA DO INFINITO


De que cor será o infinito?
Quantos céus a atravessar?
Quantas pontes de granito
Para o sustentar?

De que formas geométricas será feito?
No infinito um hexágono imperfeito
Será uma circunferência por defeito
Ou um favo de mel a visitar?

O infinito sem mim não me diz nada.
Falta-me a distância e a estrada
Para o alcançar.

Eu sou o infinito a cada dia
À procura da eterna melodia
Que só no infinito da alegria
Poderei escutar.

André Moa
Xisto

Um micaxisto

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