terça-feira, janeiro 10, 2012
domingo, fevereiro 14, 2010
Neste dia dos enamorados, presto esta singela homenagem aos nossos avoengos durienses que, com suor, sacrifício, fome, sede e enamoramento, transformaram terras áridas, árduas e rudes numa região de atracção turística de âmbito mundial, erigiram o Douro Vinhateiro, hoje património da humanidade.
CORO DOS VELHOS DO DOURO
Gerados na dureza de um penedo
sob uma latada à luz da lua;
de uvas e de mosto alimentados
brincámos aos barquinhos de papel
nos estreitos regos da rua.
Cedo deixámos de brincar, que a vida
ainda imberbes nos puxou para as vindimas
para o rebusco da azeitona e da castanha
para a canga do cesto vindimeiro
encosta acima até o despejar,
úbere de mosto, dentro do lagar.
Cedo aprendemos a regar
as ressequidas cepas, a aguentar
o fio de água do Douro no estio
com o suor que o sol e a labuta
faziam saltar das nossas testas
para o chão calcinado, todo em gretas.
Casámos, fomos pais e, hoje, avós,
já nos falta a coragem para viver.
Apenas ruminamos o remorso
de não termos saído dos limites
das serras que nos cercam e nos tolhem
o voo ensaiado noite adentro,
entre o sono, a vigília e o lamento
de não termos gritado a tempo:
barco rabelo, tu não vás sem nós,
estrada, sonho, esperança, não te vás!
Agora que gritamos já nos falta a voz.
Fizemos deste rio, deste chão,
o nosso cais, a nossa foz,
o nosso pranto, o nosso caixão,
onde um dia nos havemos de deitar
a sonhar que somos barco em alto mar.
André Moa
CORO DOS VELHOS DO DOURO
Gerados na dureza de um penedo
sob uma latada à luz da lua;
de uvas e de mosto alimentados
brincámos aos barquinhos de papel
nos estreitos regos da rua.
Cedo deixámos de brincar, que a vida
ainda imberbes nos puxou para as vindimas
para o rebusco da azeitona e da castanha
para a canga do cesto vindimeiro
encosta acima até o despejar,
úbere de mosto, dentro do lagar.
Cedo aprendemos a regar
as ressequidas cepas, a aguentar
o fio de água do Douro no estio
com o suor que o sol e a labuta
faziam saltar das nossas testas
para o chão calcinado, todo em gretas.
Casámos, fomos pais e, hoje, avós,
já nos falta a coragem para viver.
Apenas ruminamos o remorso
de não termos saído dos limites
das serras que nos cercam e nos tolhem
o voo ensaiado noite adentro,
entre o sono, a vigília e o lamento
de não termos gritado a tempo:
barco rabelo, tu não vás sem nós,
estrada, sonho, esperança, não te vás!
Agora que gritamos já nos falta a voz.
Fizemos deste rio, deste chão,
o nosso cais, a nossa foz,
o nosso pranto, o nosso caixão,
onde um dia nos havemos de deitar
a sonhar que somos barco em alto mar.
André Moa
sexta-feira, abril 10, 2009
Barco Rabelo
Painel de azulejos na Estação do Pinhão
Painel de azulejos na Estação do Pinhão
Que epopeia a dos barcos rabelos! Que tragédia a da sua tripulação ao longo dos séculos, Douro abaixo, Douro acima, por entre escolhos vários e mil perigos! E muita desgraça! Quem navegar hoje no Douro não imaginará as tormentas padecidas por esta brava e destemida gente. O Douro hoje é uma estrada líquida, tranquila, calma e segura, sulcada por paquetes confortáveis para turistas desfrutarem, embasbacados, toda a espantosa beleza das suas margens polvilhadas de vinhedos e mortórios, de pomares reflectidos nas suas águas, de penedias suspensas dos altos céus. O suor das suas gentes transformado em mosto, hoje, é transportado em camiões cisternas pelas vias rodoviárias. Dantes a única via propícia para o seu escoamento era o rio, fero e medonho; assustador e perigoso. Só os barcos rabelos, carregados de pipas pejadas do generoso líquido se atreviam a sulcá-lo, contornando habilmente os penedos que lhe apertavam o leito e agigantavam o caudal. Que de sacrifícios! Que de padecimentos! Que vidas duras e tenebrosas a dessa gente audaz e destemida! Que vidas!
BARCO RABELO
Balouço tranquilo em tuas águas
E recordo as viagens de outros tempos
Sem alardes sem pesares sem mágoas
Com saudades sim mas sem lamentos
Para te sulcar muitas vezes fui desfeito
Contra as fragas que estreitavam tuas margens
Muitos cascos meus roçaram no fundo do teu leito
Muita gente ouvi eu rogar-te pragas
Pela triste sina que nos davas
De passar a vida inteira
Na perigosa canseira
De sulcar e de vencer
Rio abaixo rio acima
O teu caudal tenebroso
De águas bravas
Muitos sofreram muitos suaram
Tanto mosto transportado no meu bojo
Para muitos foste caverna e fojo
Quantos estiolaram
Num canto triste de taberna
Tu agora não és rio és estrada
Percorrida por barcos de recreio
Recheados de gente que te olha
Divertida embasbacada
Já sem o receio de outras eras
Os meus tempos foram outros
Terminei a minha faina habitual
Não sei se estou pior se mais feliz
Sou um símbolo do passado nacional
Dei ao mundo a conhecer o meu país
Agora sou um souvenir de Portugal
André Moa
BARCO RABELO
Balouço tranquilo em tuas águas
E recordo as viagens de outros tempos
Sem alardes sem pesares sem mágoas
Com saudades sim mas sem lamentos
Para te sulcar muitas vezes fui desfeito
Contra as fragas que estreitavam tuas margens
Muitos cascos meus roçaram no fundo do teu leito
Muita gente ouvi eu rogar-te pragas
Pela triste sina que nos davas
De passar a vida inteira
Na perigosa canseira
De sulcar e de vencer
Rio abaixo rio acima
O teu caudal tenebroso
De águas bravas
Muitos sofreram muitos suaram
Tanto mosto transportado no meu bojo
Para muitos foste caverna e fojo
Quantos estiolaram
Num canto triste de taberna
Tu agora não és rio és estrada
Percorrida por barcos de recreio
Recheados de gente que te olha
Divertida embasbacada
Já sem o receio de outras eras
Os meus tempos foram outros
Terminei a minha faina habitual
Não sei se estou pior se mais feliz
Sou um símbolo do passado nacional
Dei ao mundo a conhecer o meu país
Agora sou um souvenir de Portugal
André Moa
domingo, março 08, 2009
CASTAS
De castas conheço pouco. Conheço as castas da Índia, que estratificam em camadas as pessoas, atribuindo a umas privilégios, negando a outras a dignidade de ser humano. Tudo o que diferencia pela negativa merece o meu acirrado repúdio.
Castas, castas só as das uvas, que se distinguem pelas qualidades de cada uma, pelos cheiros, sabores e textura, nunca por nunca por uma ser mais isto ou outra menos aquilo. Cada qual com as suas características e aptidões, nenhuma superior ou inferior a outra. Todas apetecíveis na hora da verdade, na hora em que são saboreadas seja em cacho, seja no copo a sair do casco.
CASTAS
Malvasia fina
Vistosa menina
Malvasia Rei
Como sabe bem
Uva Touriga
Doce rapariga
Uva Moscatel
Lábios de mel
Uva Mourisca
Mulher arisca
Tinto Cão
Dá um vinhão
Uva Trincadeira
Forte bebedeira
Uva Bastardo
Flor roxa do cardo
Uva Moreto
Cacho branco e preto
Tinta Barroca
Bêbado na toca
Uva Castelão
Aquece o coração
Tinta miúda
Que ninguém se iluda
Em pipa velha ou nova
De caixão à cova
Tinta Roriz
Ícone de um país
Uva Aragonês
Vinho português
André Moa
De castas conheço pouco. Conheço as castas da Índia, que estratificam em camadas as pessoas, atribuindo a umas privilégios, negando a outras a dignidade de ser humano. Tudo o que diferencia pela negativa merece o meu acirrado repúdio.
Castas, castas só as das uvas, que se distinguem pelas qualidades de cada uma, pelos cheiros, sabores e textura, nunca por nunca por uma ser mais isto ou outra menos aquilo. Cada qual com as suas características e aptidões, nenhuma superior ou inferior a outra. Todas apetecíveis na hora da verdade, na hora em que são saboreadas seja em cacho, seja no copo a sair do casco.
CASTAS
Malvasia fina
Vistosa menina
Malvasia Rei
Como sabe bem
Uva Touriga
Doce rapariga
Uva Moscatel
Lábios de mel
Uva Mourisca
Mulher arisca
Tinto Cão
Dá um vinhão
Uva Trincadeira
Forte bebedeira
Uva Bastardo
Flor roxa do cardo
Uva Moreto
Cacho branco e preto
Tinta Barroca
Bêbado na toca
Uva Castelão
Aquece o coração
Tinta miúda
Que ninguém se iluda
Em pipa velha ou nova
De caixão à cova
Tinta Roriz
Ícone de um país
Uva Aragonês
Vinho português
André Moa
terça-feira, janeiro 20, 2009
DOURO MEU – ESPELHO DE ALMA
( Desenho de Gustavo Almeida)
O rio Douro gravou-se em mim, antes de mais, pela monstruosa sinfonia que entoava nas noites tempestuosas de Inverno e me acordava de um sono sobressaltado, feito de frio e aflição.
Depois entrou-me pelos olhos com todo o seu esplendor e encantamento, a pontos de não mais me ter saído da retina da alma.
No Inverno, o Douro foi para mim a paisagem bucólica de uma serra da Estrela, por força da costumada transumância, para as pastagens viçosas da margem esquerda do rio dourado, dos seus rebanhos e pastores e cães de guarda. No verão era o espelho das lavadeiras de saias levantadas com a franja presa à cintura para mal dos meus pecados de jovem esfomeado. No Outono… No Outono era a grande festa das vindimas feita de dores e cansaços cantados e tocados nos vinhedos e nos lagares.
O Douro é o meu mundo de criação, de crescimento e muito especialmente o mundo por mim imaginado, por mim pressentido no espelho das suas águas límpidas.
D0UR0 MEU – ESPELHO MEU
Rio Douro meu profeta de aventuras
Antes de te ver na minha infância
Ouvia no silêncio das noites escuras
A tua voz de fúria e de distância
Entravam pelas frinchas da taipa fendida
O teu chamamento o teu clamor
O grito plangente das tuas feridas
Que me tolhiam de ânsias e terror
Como eu temia
O furor da tua inquietude
Trazido pelo vento em noites de invernia
Quanto eu sonhei
Nos tempos da fogosa juventude
Nos dias do teu estival remanso
Junto ao teu sossego de ribeiro manso
Nas tardes quentes de Agosto
Quando espelhavas nas tuas águas
As pernas as coxas o corado rosto
Das lavadeiras que para ti cantavam
As suas sufocadas mágoas
Desde o romper da aurora até ao sol-posto
Se passava o comboio ou um barco rabelo
Levantavam as cabeças compunham o cabelo
Era o supremo instante de as mirar em corpo inteiro
Douro meu espelho meu amor primeiro
André Moa
O rio Douro gravou-se em mim, antes de mais, pela monstruosa sinfonia que entoava nas noites tempestuosas de Inverno e me acordava de um sono sobressaltado, feito de frio e aflição.
Depois entrou-me pelos olhos com todo o seu esplendor e encantamento, a pontos de não mais me ter saído da retina da alma.
No Inverno, o Douro foi para mim a paisagem bucólica de uma serra da Estrela, por força da costumada transumância, para as pastagens viçosas da margem esquerda do rio dourado, dos seus rebanhos e pastores e cães de guarda. No verão era o espelho das lavadeiras de saias levantadas com a franja presa à cintura para mal dos meus pecados de jovem esfomeado. No Outono… No Outono era a grande festa das vindimas feita de dores e cansaços cantados e tocados nos vinhedos e nos lagares.
O Douro é o meu mundo de criação, de crescimento e muito especialmente o mundo por mim imaginado, por mim pressentido no espelho das suas águas límpidas.
D0UR0 MEU – ESPELHO MEU
Rio Douro meu profeta de aventuras
Antes de te ver na minha infância
Ouvia no silêncio das noites escuras
A tua voz de fúria e de distância
Entravam pelas frinchas da taipa fendida
O teu chamamento o teu clamor
O grito plangente das tuas feridas
Que me tolhiam de ânsias e terror
Como eu temia
O furor da tua inquietude
Trazido pelo vento em noites de invernia
Quanto eu sonhei
Nos tempos da fogosa juventude
Nos dias do teu estival remanso
Junto ao teu sossego de ribeiro manso
Nas tardes quentes de Agosto
Quando espelhavas nas tuas águas
As pernas as coxas o corado rosto
Das lavadeiras que para ti cantavam
As suas sufocadas mágoas
Desde o romper da aurora até ao sol-posto
Se passava o comboio ou um barco rabelo
Levantavam as cabeças compunham o cabelo
Era o supremo instante de as mirar em corpo inteiro
Douro meu espelho meu amor primeiro
André Moa
terça-feira, dezembro 16, 2008
VINHO MOSTO
O papel é a terra onde o poeta lança a palavra, a sua semente de amor. A tinta é o mosto que, fermentado e tratado, se transforma em poema. Tal e qual o sangue do trabalhador duriense, que generosamente se dá e se bebe sem se dar por isso. A ele, a eles, a todos os durienses, a todos os tabuacenses, ergo o meu cálice de Douro Fino e desejo Boas Festas.
VINHO MOSTO
Lavro o papel
Com
Amor
Levanto a enxada
Bem
Alto
Beijo a poeira
Com
Gosto
Sangue
E
Tinta
Vinho mosto
André Moa
Lavro o papel
Com
Amor
Levanto a enxada
Bem
Alto
Beijo a poeira
Com
Gosto
Sangue
E
Tinta
Vinho mosto
André Moa
terça-feira, novembro 18, 2008
GOTA D’OURO
São as gotas do suor que caem dos corpos dobrados que regam o ressequido xisto que sustenta a negra cepa que se multiplica em vides de que pendem as uvas que destilam o mosto que se transforma em vinho fino que é servido em delicados cálices que num ápice são bebidos em requintados salões, longe do altar sacrificial, com total desprezo, por parte de quem o sorve, pela vítima imolada a quem todo o milagre se deve.
Que ao menos o poeta erga a palavra – a sua taça – em homenagem ao trabalhador duriense.
São as gotas do suor que caem dos corpos dobrados que regam o ressequido xisto que sustenta a negra cepa que se multiplica em vides de que pendem as uvas que destilam o mosto que se transforma em vinho fino que é servido em delicados cálices que num ápice são bebidos em requintados salões, longe do altar sacrificial, com total desprezo, por parte de quem o sorve, pela vítima imolada a quem todo o milagre se deve.
Que ao menos o poeta erga a palavra – a sua taça – em homenagem ao trabalhador duriense.
Gustavo de Almeida
2007
quarta-feira, outubro 29, 2008
LAGAR DE ESPANTO
O Douro vinhateiro é uma dorna gigante que no Outono fica cheio de uvas prenhes de doçura, prontas a serem esmagadas nos milhentos lagares disseminados pelas suas encostas. E eu, desde criança, contemplo com espanto este milagre anualmente repetido que transforma xisto em mosto, graças ao sísifo sacrifício das gentes da minha terra.
LAGAR DE ESPANTO
Nasci dentro de um lagar de espanto
Cresci entre pedras e sargaço
Envolvi em mosto o meu quebranto
Nasci amei sofri cresci em Tabuaço
André Moa
O Douro vinhateiro é uma dorna gigante que no Outono fica cheio de uvas prenhes de doçura, prontas a serem esmagadas nos milhentos lagares disseminados pelas suas encostas. E eu, desde criança, contemplo com espanto este milagre anualmente repetido que transforma xisto em mosto, graças ao sísifo sacrifício das gentes da minha terra.
LAGAR DE ESPANTO
Nasci dentro de um lagar de espanto
Cresci entre pedras e sargaço
Envolvi em mosto o meu quebranto
Nasci amei sofri cresci em Tabuaço
André Moa
sexta-feira, setembro 26, 2008
Memória de Flôr
(Pintura de Dad)
MEMÓRIA DE FLOR
Contemplo e respiro uma flor;
Vem-me à memória o perfume do amor.
E logo se avoluma a tentação de aprofundar
Os meandros da flor
E do amor.
Uma flor é uma flor.
Pedúnculo, cálice e corola
Sépalas e pétalas
Androceu e gineceu.
E o amor?
O amor é o amor.
E mais não sei dizer.
Sei que viver sem amor não é viver.
Faz lembrar o estertor da morte antes do tempo aprazado.
Se muito amei muito mais teria amado
Se a vida me tivesse consentido
Manifestar todo o amor sentido.
Segurei o pedúnculo do amor e fiz dele uma bandeira,
Um arauto para a vida inteira.
Das sépalas do amor fiz o meu cálice de amargura e de prazer
Das pétalas coloridas alimento,
Meu sustento,
Meu modo de sentir e de viver.
Androceu
De estames assanhados
Vou emitindo ao gineceu
Os meus recados
Para não sucumbir neste vale de lágrimas reprimido
Neste mar encalhado
À espera do melhor:
Do amor ainda não vivido.
Será o amor este perene desejo
Que transforma uma carícia
Um beijo
A mais leve blandícia
Em fonte de doçura e comunhão?
Talvez sim… talvez não…
Será o amor
Este movimento
Ora lento
Ora apressado
Este bater compassado
Do berço à sepultura
Entre o ódio e a ternura
Deste nosso humano coração?
Talvez sim… talvez não…
André Moa
Contemplo e respiro uma flor;
Vem-me à memória o perfume do amor.
E logo se avoluma a tentação de aprofundar
Os meandros da flor
E do amor.
Uma flor é uma flor.
Pedúnculo, cálice e corola
Sépalas e pétalas
Androceu e gineceu.
E o amor?
O amor é o amor.
E mais não sei dizer.
Sei que viver sem amor não é viver.
Faz lembrar o estertor da morte antes do tempo aprazado.
Se muito amei muito mais teria amado
Se a vida me tivesse consentido
Manifestar todo o amor sentido.
Segurei o pedúnculo do amor e fiz dele uma bandeira,
Um arauto para a vida inteira.
Das sépalas do amor fiz o meu cálice de amargura e de prazer
Das pétalas coloridas alimento,
Meu sustento,
Meu modo de sentir e de viver.
Androceu
De estames assanhados
Vou emitindo ao gineceu
Os meus recados
Para não sucumbir neste vale de lágrimas reprimido
Neste mar encalhado
À espera do melhor:
Do amor ainda não vivido.
Será o amor este perene desejo
Que transforma uma carícia
Um beijo
A mais leve blandícia
Em fonte de doçura e comunhão?
Talvez sim… talvez não…
Será o amor
Este movimento
Ora lento
Ora apressado
Este bater compassado
Do berço à sepultura
Entre o ódio e a ternura
Deste nosso humano coração?
Talvez sim… talvez não…
André Moa
segunda-feira, setembro 01, 2008
Melodia do Infinito
MELODIA DO INFINITO
De que cor será o infinito?
Quantos céus a atravessar?
Quantas pontes de granito
Para o sustentar?
De que formas geométricas será feito?
No infinito um hexágono imperfeito
Será uma circunferência por defeito
Ou um favo de mel a visitar?
O infinito sem mim não me diz nada.
Falta-me a distância e a estrada
Para o alcançar.
Eu sou o infinito a cada dia
À procura da eterna melodia
Que só no infinito da alegria
Poderei escutar.
André Moa
De que cor será o infinito?
Quantos céus a atravessar?
Quantas pontes de granito
Para o sustentar?
De que formas geométricas será feito?
No infinito um hexágono imperfeito
Será uma circunferência por defeito
Ou um favo de mel a visitar?
O infinito sem mim não me diz nada.
Falta-me a distância e a estrada
Para o alcançar.
Eu sou o infinito a cada dia
À procura da eterna melodia
Que só no infinito da alegria
Poderei escutar.
André Moa